segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O "63"



Em todos os ultimos casos aqui relembrados por mim e Maria, sempre aparece o nome de Mena. Carmeninha, Carmena Maria, minha irmã mais velha Mena. Não vou descrever a figura, ela tem sido descrita aos poucos por nós. Na maioria dos casos ela é a protagonista, talvez a mais louca de todos nós. Casada pela segunda vez com um renomado médico baiano, professor da Ufba, uns 30 anos mais velho que ela, carregou para o casamento toda a rede de familia e amigos, que não era pequena! As festas no sítio da Estrada Velha do Aeroporto ficaram na história: os bailes à fantasia com concursos, invariavelmente tinham os jurados subornados por Maria, ao se sentir ameaçada por Nanan. Casamentos e separações ali aconteceram. Todo domingo tinha uma feijoada para cerca de 30 pessoas e Mena capitaneava todos os eventos. O marido dela assistia a tudo, impassível. No fundo ele gostava da esculhambação, era a oportunidade de alegrar a vidinha bunda que levara até conhecer Mena.


Belo dia ela resolveu que queria conhecer um puteiro de verdade. Escolhido o 63 que com Maria da Vovó, era dos mais famosos da Bahia. Ladeira da Montanha, 63, lá fomos nós. Eu, Morena, com quem era casado, Mena, Beto e Maria Sampaio. Na porta, estacionada garbosamente, a kombi do marido doutor famoso. Lá dentro, as novatas estavam maravilhadas. A casa antiga, bem conservada, tinha um bar, um salão de dança e mesas ao redor. Sentados em uma delas, sob intensa luz negra, só se via os dentes das meninas e os zoião verde de Maria. Todo mundo adorava luz negra exatamente para ficar de olhos verdes e dentes branquíssimos. E ainda se fazia questão de vestir branco pra ficar todo aceso! Bebidas na mesa, deslumbradas, as três começaram a receber os convites para uma parte. Sendo dois homens com três mulheres, eu e Beto tinhamos de nos revezar para avisar aos clientes que as moças já estavam acompanhadas. A sorte é que puteiro é o lugar mais respeitoso que existe e os cavalheiros se comportaram como tais. Dançamos, bebemos e fumamos muito. O certo é que as três saíram do brega virgens como entraram. Só não sabemos se a kombi do doutor marido famoso foi reconhecida por algum colega que por ali passou.

7 comentários:

Nilson disse...

Vc podia escrever um romance com essas histórias de uma certa Bahia. Elas são realmente bem saborosas.

Vivz disse...

Mas vcs já aprontaram, viu? Rs... Bjs.

Meninha disse...

Quando eu crescer quero ser igual a tia Mena...não é a toa que meu pai me deu seu nome, mas acredito que não serei a metade da mulher que ela é.

Anônimo disse...

Já tava tronchina de saudade e você me apareceu com duas quentes e três fervendo. A ida ao meia três é de nossos melhores aprontes. Não quero disputar memória... e minha xará? em minha cabeça estava também...

Anônimo disse...

PS. lembra que eu achei o 63 um pouco "colégio de freiras"? E que o bataclan de amaralina seria mais animado?

aeronauta disse...

Bernardo, escreva mais posts sobre Mena: Carmena. Nome diferente, personagem que nós precisamos conhecer mais. Fale do casamento dela com esse tal professor sério.
Abraços.
P.S.: Desculpe o "peditório".

Janaina Amado disse...

Toda hora ouvia falar de Mena nos posts de vc., tava doida pra saber quem é. Amei. Também quero mais!

xeudizer:

anotações livres, leves, soltas