terça-feira, 29 de março de 2011

Colombia, parte 3

Plaza de Bolivar

Museo Botero: Mona Lisa


Carnaval na Zona Rosa

Bogotá.

Cerca de 8 milhões de habitantes mas parece que tem menos que Salvador. Já existe por lá um sistema eficiente de transporte coletivo integrado, com vias exclusivas. Um show de cidade, com tudo de cidade grande, mas o melhor é o centro histórico, a Candelária, onde ficamos num charmoso hotel ao pé de Montserrat. Ruas coalhadas de estudantes ( que não falam alto), restaurantes de toda parte do mundo e policiamento que nos faz sentir seguros; muros com grafites belissimos e o resto é parecido com as outras metrópoles. É mais sulamericana que Buenos Aires e Sumpaulo. E tem o Museo Botero: Renoir, Dali, Chagall, Picasso, Miró, Klimt, Matisse e Monet alem de Botero, é claro. E o Museo del Oro é de babar nos vidros! Centro Cultural Gabriel Garcia Marques, ponto do café no fim de tarde. Bárbaro! A praça Bolívar onde ficam a Catedral e o Capitólio é muito bonita e cheia de pombos e lhamas! E tudo isso a dois, três quarteirões do hotel.

Dez graus, uma delícia. Atravessar a cidade de táxi, custa 10 paus. O Parque Nacional no coração da cidade ficou pra uma próxima vez, vimos de longe. O bom de Bogotá é a paleta. Um pouco difícil as subidas, senti um pouco de cansaço e o tale do chá de coca de nada adiantou, é andar devagar mesmo. Salsa por todo lado. O unico sinal de musica estrangeira que vi foi um CD do rei Roberto Carlos numa loja. Até Shakira, juntaram com Ingrid Betencourt e exilaram; dizem que esta é francesa e aquela, argentina. Fora! Ah! ouvi Fernanda Takai no hotel e apresentei a eles Maria Gadu; no momento, é o que temos de melhor.

Recomendo a viagem. Bogotá me encantou muito mais que qualquer outra capital sudamericana ( conheço três). Se voltar, ficarei novamente na Candelária mas pra quem gosta de novidades, vai à Zona Rosa, com seus Shoppings e lojas de grife. Fiquei puto porque a loja da Harley-Davidson estava fechada. Domingo fecha. Ainda pegamos um carnaval ótimo, onde o capeta, uma noiva e madre Tereza pulavam salsa, todos de chifrinho na cabeça. Bogotá fica entre o Caribe e a África!

fotos minhas e de vera: bogotá, março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Juvenal e o Dragão



Quem conheceu a casa de Maria? Mobilia linda, esculturas, objetos interessantes por todo lado. Na sala, à direita da entrada, Juvenal e o Dragão, do artista pernambucano José Claudio ( 2002). Quantas vezes comentamos sobre esta tela e todas as outras, de Miro a Carybé, Caetano Veloso, Mirabeau, Jenner.
Juliana me ligou. Ela e Tutu decidiram me entregar a guarda de Juvenal e o Dragão. Quando Ju me entregou ontem, eu já estava balançado e lhe disse que estava com dois sentimentos conflitantes: o grande desejo de ter algo da prima comigo, que eu pudesse ver todo dia - mesmo que não precise de alguma coisa para me lembrar dela; por outro lado, estou ajudando a desfazer os ajuntes da prima. Ju disse que é bobagem minha, não dá pra guardar tudo e que estes objetos fiquem com pessoas que Maria gosta. Desabei.
Brigado Tutu, brigado Ju.
Prima, Juvenal tá passando uns tempos aqui em casa. Iara adorou o Dragão, a quem chamou de lagartixa. Beijo.

foto da minha sala, em 21.03.11

O primeiro voo




Dou uma esmeralda colombiana a quem conseguir definir o que senti ontem, ao voar pela primeira vez com meu filho pilotando o avião. Me chamou ao aeroporto, entramos num pequeno Tupi e subimos...Salvador, Itaparica, Morro de São Paulo, Valença, Salvador. Alguma turbulência, nuvens de chuva fina na chegada mas nenhum sobressalto. Fiquei orgulhoso e tranquilo em ver como Jango está calmo, disciplinado e atento; tudo que um piloto deve ser. Manobras suaves, pousos perfeitos em Valença e Salvador. Ele ainda tentou se desculpar por algum defeito que não vi, por ter sido a primeira vez dele naquele avião. Eu acho que ele já está pronto.

No fim do voo me lembrei que, pela primeira vez na vida esqueci de rezar antes de uma decolagem. Acho que senti que não ia precisar. Rezei depois, por todos os voos que ele fará em sua vida.

terça-feira, 15 de março de 2011

Colombia, parte 2

Eu e Vera no Convento de La Popa

Vera desfilando de charrete mostrando a todos o presente do marido ( bota uma lupa aí pra ver do que eu sou capaz!)



Cartagena.
Sempre tive vontade de conhecer uma cidade sulamericana típica. Buenos Aires não valeu porque fica na europa além-oriental. Sumpaulo, no meio caminho entre Portugal e África. Agora valeu: Cartagena fica na América do Sul.

Fundada em 1500 e lá vai fumaça pelos espanhóis, foi totalmente fortificada para impedir ataques piratas. Ingleses, franceses e holandeses já andavam de olho no ouro dos mocinhos, que por sua vez já estavam subjugados pelos espanhóis. Há referencia a Francis Drake em algum lugar que eu li. O cara de lá é um tal Don Pedro Heredia, que comeu a india Catarina ( lembram alguma coisa?) e fundou a cidade. As muralhas que ainda hoje cercam a cidade velha é belísssima, está quase toda íntegra e o que há e melhor está ali entre seus paredões. Anda-se tudo de a pés ou charrete ( quem gosta de pagar mico). O casario é maravilhoso, com todas as casas ostentando balcões floridos. O policiamento é ostensivo, com duplas na paleta, de bicicleta, quadriciclo, cavalo e carro. Eu e Vera andamos na madruga sem medo. E bêbados! A cada dois ou três quarteirões há uma praça arborizada e com bares e restaurantes em volta, nos passeios. E música, muita música. Atenção: só salsa! nada de musica estrangeira, nem mesmo na lingua do tio sam. Até Shakira anda meio em baixa quando se declarou meio argentina ( não é só a gente que emperra com os hermanos). Ingrid Bettencourt, eles querem ver pelas costas quando também se declarou mais francesa que colombiana. E tome salsa! Há museus deliciosos para se ver. O unico que deu tilt foi o tale do Museo de la Inquisición. Na primeira sala, a visão da cadeira do dragão, instrumento de tortura importada para os dias contemporâneos, me fez passar mal, ir ao banheiro com náuseas e sair de lá correndo sem ver o resto. Vera me disse que foi horrível; eu passei mal porque paguei pra ver. E tome salsa e tome El Libertador Bolivar montado em seu cavalo em toda parte. Os velhos estão todos trabalhando na área de turismo. Hordas ( desculpem o termo, herança de minha antiga militancia no Partido Herodista, aqui colocado no sentido de bando de indiciplinados) de crianças fardadas entram e saem de museus a toda hora.

Até agora ninguem perguntou: e as esmeraldas? Ah!.... as esmeraldas! todas as vitrines ficaram babadas por Vera. Eu tambem, não vou negar. São simplesmente lindas. Até Iara ganhou brincos de mosquitinhos.

A unica coisa que torra um pouco é o excesso de vendedores. A gente quase não tem sossego, mas desenvolvi uma técnica: não encarar o sujeito que vem na sua direção com os badulaques na mão, e fingir que não o vê. É meio desagradável tratar uma pessoa assim, mas foi a unica linguagem que funcionou. "No, gracias" soava como "Si!... Si! " Depois vi que eles não ficavam putos comigo; alguns sorriam como se dissessem que "este cara sacou a jogada!" Pronto, daí, nos demos bem, todos. Vera não conseguia, ela não aguentava e olhava. Pronto! os caras chegavam e começava o esporte peferido dela e deles: a pechincha! O que mais me ofereceram foram os chapéus Panamá; depois descobri que é por causa de minha careca. Devia ter comprado logo um ( até por dez contos se acha) e ficava livre, ao menos desses.

A comida é deliciosae as pessoas são muito, mas muito simpáticas. Ficamos no Hotel Los Balcones de Badillo. Muito bonzinho, fica no coração da cidade murada mas não recomendo aos da minha turma: há escadas por toda parte! Do quarto pro banheiro há um degrau!!! E rolou uma muriçoca no ultimo dia, logo as pestes que estão nos fazendo mudar de casa pra apartamento.

Não, definitivamente, Cartagena não merece ter muriçoca; que se vayan todas más al sur!

domingo, 13 de março de 2011

Colombia


De minha viagem à Europa, sairam três postezinhos, um sobre cada cidade; Lisboa, Londres e Paris. Da viagem que acabo de fazer à Colombia, sinto vontade de escrever todo dia, sobre tudo. Voltei absoluamente seduzido por aquele país. É muita coisa pra contar, vamos por partes:

Parte 1. A viagem - algumas observações.

Salvador- Sumpaul0-Bogotá- Cartagena. Gol, Varig, Aires.

  • Todos aviões são iguais, claro, mas o serviço muda em alguma coisa.

  • Continuo sem entender porque nos obrigam àquela incômoda "posição vertical " do encosto nos pousos e aterrissagens, " para sua segurança"(!?). Se houver um impacto, como eles chamam os desastres, não seria melhor morrer mais deitadinho?

  • A comidinha. Dos almoços de talheres de outrora sobraram comida de plástico nas trechos mais longos e saquinho de amendoim nos menores. Sumpaulo é perto? pois foi o que me deram.

  • Não posso ver aeromoça ( comissária, por favor) que não me lembre de Tim Maia e suas famosas brigas com as aerovéias. Profissão em extinção. Vão servir mais o que? Pra mostras as portas de saídas? depois do "impacto", quem se lembrará delas?

  • Em Sumpaulo, o avião não aterrissou: caiu de forma meio controlada, depois de quicar três vezes e fazer meus bofes sairem pela boca!

  • De Bogotá para Cartagena, o piloto deu show. Durante todo o percurso de 1h e 15 min., descrevia o trecho, temperatura local, a cidade sobre a qual estávamos, a topografia da área ( que muda muito ), e a história dos lugares! Como diria a prima, uma maravilha!

  • Além de avião, só andamos de táxi, e charrete, em Cartagena. Vera me fez pagar esse mico! As fotos estão todas com meu rosto encoberto! Charrete é que nem gôndola: podre! os táxis são muito baratos, os motoristas foram todos atenciosos e faziam questão de mostrar as cidades. Em Cartagena, alugamos um por todo o dia, e o motorista era um ótimo guia turístico. O transito de Bogotá é caótico como se espera de uma megalópole de 8 mihões de habitantes, e há muita obra sendo feita na cidade, inclusive uma nova avenida para ligar o aeroporto ao centro.

  • Da famosa revista policial de Bogotá, escapamos por pouco, mas assistimos a turma da sala ao lado suar em bicas enquanto os meganhas abriam até costura de calçola! Trouxemos um saquinho de café que serviu de tortura, já que todo mundo avisava: vão lhe pegar, porque traficante usa café pra confundir o olfato dos cães. Cu no ponto! Escapamos. Nunca mais trago café pra senhor ninguem. Aliás, nunca mais trago porra nenhuma pra senhor ninguem!

  • A viagem de volta foi sem novidades. Saquinho de amendoim já referido, uma enorme saudade da Colombia.

foto de vera, em 03.11


xeudizer:

anotações livres, leves, soltas