sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Desisti!



Nem imaginava que poderia ser tão doloroso decidir encerrar este blog. Como tudo em minha vida, nem sei se é para sempre, aliás por isso tomei coragem, por achar que pode ser que um dia volte. Desisti! foi o título de minha primeira postagem em julho de 2008; estava desistindo da carreira política, agora desisto de insistir. Criei o blog estimulado por minha prima Maria que, profeticamente, fez o primeiro comentário copiado abaixo. Atualíssimo como só mesmo Maria poderia imaginar. Chamava-se Xeudizer - Notícias do Interior, mas depois desse comentário dela, passou a ter o subtítulo...em todos os sentidos!
Não poderia encerrar melhor.



Blogger maria guimarães sampaio disse...

...em todos os sentidos! estou às lágrimas (fortes, saudáveis). Pela desistência, por estar junto de Eduardo. Vai borrar
sua primalda maria sampaio

4 de julho de 2008 21:43

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Wenceslau Guimarães

Pai de vô Chimbo, avô de meu pai, Carmilton, meu bisavô Wenceslau. Dizem ter sido uma dessas mentes brilhantes. Aporrinhado. Quando chegava em casa à tardinha, o silêncio reinava. Cansou de meter a mão na toalha da mesa e derrubar a porra toda, era só encherem seu saco ou a comida estar fria. Por sua causa, meu pai, seu neto, foi dado a ser criado pelos avós maternos para que o seu choro não incomodasse o velho. Senador da Bahia, hoje é nome de município, antigo Rio de Almas, desmembrado de Nilo Peçanha quando meu pai foi o prefeito. Obra do deputado Nelson David Ribeiro, acho. Nasceu em Valença, botou casa no Morro de S. Paulo, daí o nome de nossa casa de lá: Casa Rôla, de D.Rôla, sua esposa. Só podiam ser Guimarães...

sábado, 17 de setembro de 2011

Sex, drugs and...


Desde 1972.

Depois de muito tempo, viajamos juntos novamente, com as respectivas. Fizemos planos, muitos como fazíamos quando éramos todos lindos: acordar cedo, andar na praia, dar uns mergulhos, quem sabe no Caitá, beber todas, todos os dias, fumar unzinho e se esbaldar no festival com Vanessa da Mata, Jau e Capital Inicial.
No primeiro dia, tomamos todas, fumei um charuto e apaguei. Quando acordei no dia seguinte, soube que meu compadre me seguiu. Adeus Vanessa, Jau e oscambau. Fomos pro forte ver os barquinhos passando ao largo...Fui embora, que tinha mais o que fazer. Meu compadre ficou por lá, com o discurso de que ao menos o rock'n roll tinha de se salvar!


foto de maíra, no forte do morro de s.paulo, 2011.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Antes e depois




Eu era assim:


Agora estou assim:




Da aproximação da velhice, nunca tive medo de perder cabelo, ganhar gordura, essas coisas, mas com meus dentes, tenho um cuidado dos diabos. Tanto que meus pesadelos são perdendo os dentes, todos amolecidos, soltos dentro da boca, que nem pipoca! Acordo em bicas. De uns tempos pra cá, meus dentes entortaram tanto que eu já estava ficando a cara de Zagalo. Comigo não. Me recomendaram um dentista aqui em Valença, eu fui meio que sem acreditar que pudesse dar um jeito no que julgava incorrigível. Achei Dr. Alexandre Carvalho. Me prometeu em dois anos e antes disso, vejam no que se transformou o sorriso vampiresco: no mais belo dos sorrisos! E olhe que na foto estou fazendo boca de brabo.

Vou recomendar Dr. Alexandre ao Chico Buarque de Holanda.


fotos minhas, de celular.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pobre Camamu!


A VERDADE LIBERTA!

Com esta frase incutida na cabeça pela repetição incansável de meu saudoso amigo Fabrício Matogrosso, esperei por justiça desde 12 de maio de 2009. Naquele dia pedi ao próprio Fabrício que entregasse nas mãos da Prefeita, minha carta formal de exoneração do cargo de Secretário Municipal de Saúde e uma outra carta, esta nada formal e de duas páginas, onde expus os reais motivos de minha saída e, de certa forma, previ sua derrocada. A Prefeita tropeçou em sua arrogância, se embaralhou nas lianas do nepotismo, rodopiou e caiu. Como uma jaca mole. E, como uma jaca que cai, não tem como se agarrar de novo nos ramos da árvore que lhe pariu. Foram dois anos de um silêncio que, confesso, me incomodou, mas como acredito cada vez mais no Karma, na lei da ação e reação, vejo com verdadeiro distanciamento, na mais absoluta falta de sentimento de vingança, só de alivio, que a Prefeita de Camamu está apenas e tão somente, colhendo o que plantou, recebendo de volta o que deu. A Justiça sentenciou que, para se eleger, comprou votos. Seu lugar, portanto, não é na Prefeitura. O circulo se fechou.

foto de aleilson oliveira

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Religare e a Morte





A morte é um saco, nada mais do que a interrupção da vida, que é boa pra cacete! Não cultivamos a morte, não a desejamos e nem por isso a consideramos algo extraordinário. Não, a morte é tão natural quanto o nascimento. A maioria das pessoas que viveram experiência de quase morte, diz não se lembrar do exato momento do desenlace. Apesar dos que relatam um tunel com luz no final, não creio que seja algo além de alucinação coletiva, porque cada um vê imagem diferente, então não pode ser um unico tunel. Esta imagem deve vir de experiências ouvidas de outras experiências; pra mim é como alma: só vê quem acredita. E eu não acredito em vida além da morte. Morreu, acabou, e espíritos são as fotos e as lembranças que se vão amarelando com o tempo, portanto, não podem existir, serem vistos, sentidos, tocados. Mas a vantagem desta religião, é que todos, os que acreditam e os que não, podem aderir, só não vale discutir ou brigar por este assunto, ou por política ou futebol. Crer em vida além da morte é assunto individual, pra cada um, pro que for melhor pra si. Eu mesmo adoraria acreditar, gostaria de ter a serenidade de Chorik, mas não tenho; ainda bem que tenho o próprio ao alcance de um telefonema, quando preciso.



imagem em trocistas.com

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Religare, os princípios.



A intenção é de continuar falando da nova religião, desta vez com os mandamentos, fundamentos, princípios, como queiram.


1. Não há proibições de qualquer natureza, tipo não pode dançar, cortar o cabelo, transar antes do casamento, usar camisinha, fumar, beber, ter filhos sem casar, essas coisas- e aqui respondo às primeiras perguntas que me fizeram no texto anterior. Nada é proibido a não ser falta de caráter! Promiscuidade também está por fora. Pode tudo e o limite é a responsabilidade consigo e com o outro. Pode homem com homem, mulher com mulher e homem com mulher. Com animal, não deve, mas os meninos criados no interior não queimarão no mármore do inferno se comerem uma jeguinha. Drogas, pode, desde que não exagere e se tiver tendência ao uso abusivo ( traço familiar), cuidado! e se cair, tem de pedir ajuda e todos tem de ajudar.


2. Não há pecado, a não ser os brabos, tipo roubar, estuprar, matar, corromper. Os leves não serão considerados, por exemplo: xingar, bater uma, brigar com irmãos, desejar o próximo.


3. Não há rituais, orações, compromissos de frequentar um templo, aliás, não há templo. Os encontros devem acontecer por livre desejo de tantos quantos quiserem se encontrar, onde quiserem e pelo tempo que desejarem. Nada de forçar a barra; nem me convidem pra encontros de formatura! Vou não, quero não, posso não...


4. O meio ambiente será respeitado. Intervenções serão permitidas desde que o fim justifique os meios. Pode fazer Usina Hidrelétrica, esse negócio de viver sem energia, tá por fora. Os animais só podem ser abatidos se criados para esse fim ( galinha, peixe, porco, boi). Animal silvestre, nunca!


5. Não há sacerdotes e ficaremos livres de títulos como bispa, irmão, cardeal, xamã, médium, etc. Tambem estão fora de tempo chamar de companheiro e camarada. Amigo, pode e é suficiente.


6. Se precisarmos de um símbolo, o de Paz e Amor dos '60 dá pro gasto. Ainda gosto muito dele.





imagem de: pensamentosversusmomentos.blogspot.com

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Religare II


2. O Diabo existe. Não veste Prada, não tem chifres nem usa Polvilho Antisséptico Granado, portanto, não tem cheiro de enxofre. Também, atende por vários nomes e tem alguns sobrenomes famosos. Só se apresenta na forma de gente, jamais de animal. Promove desavenças e intrigas, frauda, corrompe, contrabandeia, vende armas, desmata, explora, provoca poluições. Adora uma fofoca, se deslumbra com objetos caros, se lixa pra pobre. É arrogante, prepotente e autoritário. Dirige bêbado, dá porrada na mulher e nos filhos, dá e recebe propina, ultrapassa pela direita nos congestionamentos, mente deslavadamente; só ouve axé e pagodinho e, de fato, torce pro Vitória. É pedófilo. Se acha. É um sem-noção.
A propósito: Diabo não mora em inferno, ou melhor, o inferno não é aquele inferno que dizem. O inferno geralmente tem ar condicionado, tapetes, fotos nas paredes.


ilustração em imagensgratis.com.br

terça-feira, 12 de julho de 2011

Religare


Cansado de procurar por uma religião que satisfaça TODAS minhas necessidades, depois de zapear, buscar, fuçar, ler, frequentar, resolvi fundar uma nova religião, que chamarei provisoriamente de Religare. Como criador, tenho o direito de enunciar seus princípios, normas, diretrizes, mandamentos. Como se trata de uma novidade, fa-lo-ei em doses homeopáticas. Como será uma religião democrática ( olha aí já uma diferença para umas tantas!), aceito sugestões que, depois de analisadas por mim ( não é autocrático, mas lembrem-se que sou o criador) serão incorporadas à nossa tábua de princípios. Quem gostar, vai aderindo. Eis os princípios:
1. Deus existe. Só não tem barba, atende por qualquer nome e não se mete em pedidos terrenos como : "Oh, Deus, me ajude a passar no vestibular!" Ele não se ocupa com besteiras. Não dá a mínima se brigam por seu nome. Não criou universo nenhum, Ele É o Universo, o resto foi invenção do homem que, por sinal, tampouco foi feito por Ele. Não tem gênero. É visível, tocável, sentido, basta querer tê-Lo, vê-Lo, sê-Lo. Pode ser semelhante a nós, mas também se apresenta como uma formiga, um peixe, um urso, jatobá, temporal, deserto, chuva, uma pedra, um pau, um caminho. A luz é sua melhor vestimenta. A escuridão também. Deus não abençoa nem castiga, fica ali só matutando se você vai fazer o bem, aí Ele fica a seu lado pro que der e vier. Caso contrário, não conte com Ele. Algumas religiões tradicionais chegaram perto de conhecê-Lo, outras, nem de longe! Ele não suporta dízimos, ofertas, sacrifícios, promessas, rituais. Não gosta de aparecer na TV e nunca autorizou alguém a falar em Seu nome. Muito menos a escrever por Ele, como se Sua palavra pudesse ser transcrita. Se quiser Lhe falar, faça-o diretamente, sem intermediário, é um bom ouvinte. Não tem preferências e, se acaso uma criança morre de fome em algum lugar, não Lhe ponham a culpa e nem peçam para intervir, isso é briga de branco, Ele estará tentando nos ensinar a não nos matarmos uns aos outros, a fazer comida, a distribuir melhor, a espantar o Capeta.
Mas aí já será outro texto.

foto em adironteologia.blogspot.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bah, tchê!!


Depois de tantas perdas, a chegada de mais um! Em janeiro chega o neto ou a neta, trazido(a) por Lua e Edu. Um gauchito ou prenda de la frontera!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Maestro Carlos Veiga



Maestro Carlos Veiga para a música, para mim, apenas Carlinhos, meu ídolo, como eu o chamava. E ele ficava tão sem graça que me chamava de volta tambem de meu ídolo, pra ficar igual a mim. Que nada. Carlinhos era um músico apaixonado e apaixonante. Tive uma namorada que me disse que se aproximou de mim para estar mais próxima do maestro. É mentira, Judith? Foi regente de orquestras sinfônicas da Bahia, Pernambuco e Paraíba. Saimos daqui uma vez, eu e Maria, para assistir uma apresentação de Carlinhos no adro da igreja de S. Francisco, em João Pessoa, ao por do sol. Pensem numa emoção desmedida! Depois ele fez umas apresentações tambem ao por do sol aqui na Barra. Ao final ia lhe dar um abraço e afirmava porque ele era o meu idolo. Ele tornava a ficar sem graça. Foi morar em Itaparica. Meus pais moraram por lá e sempre nos encontrávamos. Carlinhos era um dos melhores contadores de casos que conheço! E bebíamos até fazer bico. O maestro gostava de entornar, ótimo parceiro. Morreu sábado, dia 25, sem um licorzinho. Para mim, mais uma dor: Carlinhos era tão primo quanto Maria, meu outro ídolo. Eram primos de quem gostava imensamente, os mais queridos. Meu pai, tia Norma e tia Magá são irmãos. Cada um perdeu um filho no mês de junho, o mês da saudade.

E eu fico cada vez mais só e triste.


foto na web, sem crédito.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

2 de junho


Por uma triste coincidência, nesta mesma data perdi Eduardo, meu irmão, e Maria, a prima-paixão.
Datas não são importantes, mas como ficar indiferente a esta?
Fica, portanto, instituído o 2 de junho como o Dia da Saudade.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

La Virgen



Adquiri em Bogotá mas me apaixonei por ela desde que botei os zóios em riba, ainda em Cartagena. Mas não se compra em Cartagena o que se compra muito mais barato em Bogotá. Fica aqui a dica.

A imagem é linda, tem um gesto dançante, alada, uma serpente presa a uma corrente e um resplendor magnífico. Resolvi comprar pra minha coleção. Não preciso confessar de quem me lembrei o tempo todo em que fiquei namorando, compra-não compra. Maria. Ela me sussurrou no ouvido " compra, primo". Perguntei à vendedora como se chamava a imagem:

-"LA VIRGEN APOCALÍPTICA!!"

O sussurro virou uma gargalhada:

-"Não é uma maravilha, primo? Adorê!!!"



foto minha, bhogotá, carnaval de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O sem nome


Não seria controle, isso nunca, mas deveria haver uma espécie de acordo para que a imprensa noticiasse o que bem entendesse sem colaborar com o crime. Nem sei se o termo "colaborar" estaria aqui bem colocado e o retiro antes mesmo da própria, a imprensa, cair na minha cabeça. Estou me referindo à divulgação dos nomes e fotos dos asassinos em série. Deixa eu me explicar: o crime da escola no Realengo, no Rio, é um exemplo do que quero dizer. Os assassinos que agem daquela forma, em sua grande maioria tem um modo de operar e um perfil muito parecidos. Tem uma vida cheia de traumas, escolhem vítimas indefesas, se vestem para matar, matam, se suicidam e desejam, acima de tudo, ser lembrados após suas mortes, como uma forma de compensar suas vidas miseráveis. Buscam notoriedade, fama mesmo, e serem recordados sempre que se fizer qualquer referencia a crimes semelhantes. Vejam o exemplo do sulcoreano empunhando armas e com cara de mau, lá nos isteites. Em Columbine foram dois os loucos. E eles continuam matando pra ter seus nomes e fotos sempre divulgados. Teve um maluco (?) que matou John Lennon e eu me recuso a pronunciar seu nome, a lhe dar cartaz. Se assim se fizesse com todos, certamente o próprio Lennon estaria até hoje nos instigando a imaginar um mundo melhor e os meninos de Realengo estariam, a esta hora, na aula de Matemática.


ilustração: pataquepareo.blogspot.com

terça-feira, 29 de março de 2011

Colombia, parte 3

Plaza de Bolivar

Museo Botero: Mona Lisa


Carnaval na Zona Rosa

Bogotá.

Cerca de 8 milhões de habitantes mas parece que tem menos que Salvador. Já existe por lá um sistema eficiente de transporte coletivo integrado, com vias exclusivas. Um show de cidade, com tudo de cidade grande, mas o melhor é o centro histórico, a Candelária, onde ficamos num charmoso hotel ao pé de Montserrat. Ruas coalhadas de estudantes ( que não falam alto), restaurantes de toda parte do mundo e policiamento que nos faz sentir seguros; muros com grafites belissimos e o resto é parecido com as outras metrópoles. É mais sulamericana que Buenos Aires e Sumpaulo. E tem o Museo Botero: Renoir, Dali, Chagall, Picasso, Miró, Klimt, Matisse e Monet alem de Botero, é claro. E o Museo del Oro é de babar nos vidros! Centro Cultural Gabriel Garcia Marques, ponto do café no fim de tarde. Bárbaro! A praça Bolívar onde ficam a Catedral e o Capitólio é muito bonita e cheia de pombos e lhamas! E tudo isso a dois, três quarteirões do hotel.

Dez graus, uma delícia. Atravessar a cidade de táxi, custa 10 paus. O Parque Nacional no coração da cidade ficou pra uma próxima vez, vimos de longe. O bom de Bogotá é a paleta. Um pouco difícil as subidas, senti um pouco de cansaço e o tale do chá de coca de nada adiantou, é andar devagar mesmo. Salsa por todo lado. O unico sinal de musica estrangeira que vi foi um CD do rei Roberto Carlos numa loja. Até Shakira, juntaram com Ingrid Betencourt e exilaram; dizem que esta é francesa e aquela, argentina. Fora! Ah! ouvi Fernanda Takai no hotel e apresentei a eles Maria Gadu; no momento, é o que temos de melhor.

Recomendo a viagem. Bogotá me encantou muito mais que qualquer outra capital sudamericana ( conheço três). Se voltar, ficarei novamente na Candelária mas pra quem gosta de novidades, vai à Zona Rosa, com seus Shoppings e lojas de grife. Fiquei puto porque a loja da Harley-Davidson estava fechada. Domingo fecha. Ainda pegamos um carnaval ótimo, onde o capeta, uma noiva e madre Tereza pulavam salsa, todos de chifrinho na cabeça. Bogotá fica entre o Caribe e a África!

fotos minhas e de vera: bogotá, março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Juvenal e o Dragão



Quem conheceu a casa de Maria? Mobilia linda, esculturas, objetos interessantes por todo lado. Na sala, à direita da entrada, Juvenal e o Dragão, do artista pernambucano José Claudio ( 2002). Quantas vezes comentamos sobre esta tela e todas as outras, de Miro a Carybé, Caetano Veloso, Mirabeau, Jenner.
Juliana me ligou. Ela e Tutu decidiram me entregar a guarda de Juvenal e o Dragão. Quando Ju me entregou ontem, eu já estava balançado e lhe disse que estava com dois sentimentos conflitantes: o grande desejo de ter algo da prima comigo, que eu pudesse ver todo dia - mesmo que não precise de alguma coisa para me lembrar dela; por outro lado, estou ajudando a desfazer os ajuntes da prima. Ju disse que é bobagem minha, não dá pra guardar tudo e que estes objetos fiquem com pessoas que Maria gosta. Desabei.
Brigado Tutu, brigado Ju.
Prima, Juvenal tá passando uns tempos aqui em casa. Iara adorou o Dragão, a quem chamou de lagartixa. Beijo.

foto da minha sala, em 21.03.11

O primeiro voo




Dou uma esmeralda colombiana a quem conseguir definir o que senti ontem, ao voar pela primeira vez com meu filho pilotando o avião. Me chamou ao aeroporto, entramos num pequeno Tupi e subimos...Salvador, Itaparica, Morro de São Paulo, Valença, Salvador. Alguma turbulência, nuvens de chuva fina na chegada mas nenhum sobressalto. Fiquei orgulhoso e tranquilo em ver como Jango está calmo, disciplinado e atento; tudo que um piloto deve ser. Manobras suaves, pousos perfeitos em Valença e Salvador. Ele ainda tentou se desculpar por algum defeito que não vi, por ter sido a primeira vez dele naquele avião. Eu acho que ele já está pronto.

No fim do voo me lembrei que, pela primeira vez na vida esqueci de rezar antes de uma decolagem. Acho que senti que não ia precisar. Rezei depois, por todos os voos que ele fará em sua vida.

terça-feira, 15 de março de 2011

Colombia, parte 2

Eu e Vera no Convento de La Popa

Vera desfilando de charrete mostrando a todos o presente do marido ( bota uma lupa aí pra ver do que eu sou capaz!)



Cartagena.
Sempre tive vontade de conhecer uma cidade sulamericana típica. Buenos Aires não valeu porque fica na europa além-oriental. Sumpaulo, no meio caminho entre Portugal e África. Agora valeu: Cartagena fica na América do Sul.

Fundada em 1500 e lá vai fumaça pelos espanhóis, foi totalmente fortificada para impedir ataques piratas. Ingleses, franceses e holandeses já andavam de olho no ouro dos mocinhos, que por sua vez já estavam subjugados pelos espanhóis. Há referencia a Francis Drake em algum lugar que eu li. O cara de lá é um tal Don Pedro Heredia, que comeu a india Catarina ( lembram alguma coisa?) e fundou a cidade. As muralhas que ainda hoje cercam a cidade velha é belísssima, está quase toda íntegra e o que há e melhor está ali entre seus paredões. Anda-se tudo de a pés ou charrete ( quem gosta de pagar mico). O casario é maravilhoso, com todas as casas ostentando balcões floridos. O policiamento é ostensivo, com duplas na paleta, de bicicleta, quadriciclo, cavalo e carro. Eu e Vera andamos na madruga sem medo. E bêbados! A cada dois ou três quarteirões há uma praça arborizada e com bares e restaurantes em volta, nos passeios. E música, muita música. Atenção: só salsa! nada de musica estrangeira, nem mesmo na lingua do tio sam. Até Shakira anda meio em baixa quando se declarou meio argentina ( não é só a gente que emperra com os hermanos). Ingrid Bettencourt, eles querem ver pelas costas quando também se declarou mais francesa que colombiana. E tome salsa! Há museus deliciosos para se ver. O unico que deu tilt foi o tale do Museo de la Inquisición. Na primeira sala, a visão da cadeira do dragão, instrumento de tortura importada para os dias contemporâneos, me fez passar mal, ir ao banheiro com náuseas e sair de lá correndo sem ver o resto. Vera me disse que foi horrível; eu passei mal porque paguei pra ver. E tome salsa e tome El Libertador Bolivar montado em seu cavalo em toda parte. Os velhos estão todos trabalhando na área de turismo. Hordas ( desculpem o termo, herança de minha antiga militancia no Partido Herodista, aqui colocado no sentido de bando de indiciplinados) de crianças fardadas entram e saem de museus a toda hora.

Até agora ninguem perguntou: e as esmeraldas? Ah!.... as esmeraldas! todas as vitrines ficaram babadas por Vera. Eu tambem, não vou negar. São simplesmente lindas. Até Iara ganhou brincos de mosquitinhos.

A unica coisa que torra um pouco é o excesso de vendedores. A gente quase não tem sossego, mas desenvolvi uma técnica: não encarar o sujeito que vem na sua direção com os badulaques na mão, e fingir que não o vê. É meio desagradável tratar uma pessoa assim, mas foi a unica linguagem que funcionou. "No, gracias" soava como "Si!... Si! " Depois vi que eles não ficavam putos comigo; alguns sorriam como se dissessem que "este cara sacou a jogada!" Pronto, daí, nos demos bem, todos. Vera não conseguia, ela não aguentava e olhava. Pronto! os caras chegavam e começava o esporte peferido dela e deles: a pechincha! O que mais me ofereceram foram os chapéus Panamá; depois descobri que é por causa de minha careca. Devia ter comprado logo um ( até por dez contos se acha) e ficava livre, ao menos desses.

A comida é deliciosae as pessoas são muito, mas muito simpáticas. Ficamos no Hotel Los Balcones de Badillo. Muito bonzinho, fica no coração da cidade murada mas não recomendo aos da minha turma: há escadas por toda parte! Do quarto pro banheiro há um degrau!!! E rolou uma muriçoca no ultimo dia, logo as pestes que estão nos fazendo mudar de casa pra apartamento.

Não, definitivamente, Cartagena não merece ter muriçoca; que se vayan todas más al sur!

domingo, 13 de março de 2011

Colombia


De minha viagem à Europa, sairam três postezinhos, um sobre cada cidade; Lisboa, Londres e Paris. Da viagem que acabo de fazer à Colombia, sinto vontade de escrever todo dia, sobre tudo. Voltei absoluamente seduzido por aquele país. É muita coisa pra contar, vamos por partes:

Parte 1. A viagem - algumas observações.

Salvador- Sumpaul0-Bogotá- Cartagena. Gol, Varig, Aires.

  • Todos aviões são iguais, claro, mas o serviço muda em alguma coisa.

  • Continuo sem entender porque nos obrigam àquela incômoda "posição vertical " do encosto nos pousos e aterrissagens, " para sua segurança"(!?). Se houver um impacto, como eles chamam os desastres, não seria melhor morrer mais deitadinho?

  • A comidinha. Dos almoços de talheres de outrora sobraram comida de plástico nas trechos mais longos e saquinho de amendoim nos menores. Sumpaulo é perto? pois foi o que me deram.

  • Não posso ver aeromoça ( comissária, por favor) que não me lembre de Tim Maia e suas famosas brigas com as aerovéias. Profissão em extinção. Vão servir mais o que? Pra mostras as portas de saídas? depois do "impacto", quem se lembrará delas?

  • Em Sumpaulo, o avião não aterrissou: caiu de forma meio controlada, depois de quicar três vezes e fazer meus bofes sairem pela boca!

  • De Bogotá para Cartagena, o piloto deu show. Durante todo o percurso de 1h e 15 min., descrevia o trecho, temperatura local, a cidade sobre a qual estávamos, a topografia da área ( que muda muito ), e a história dos lugares! Como diria a prima, uma maravilha!

  • Além de avião, só andamos de táxi, e charrete, em Cartagena. Vera me fez pagar esse mico! As fotos estão todas com meu rosto encoberto! Charrete é que nem gôndola: podre! os táxis são muito baratos, os motoristas foram todos atenciosos e faziam questão de mostrar as cidades. Em Cartagena, alugamos um por todo o dia, e o motorista era um ótimo guia turístico. O transito de Bogotá é caótico como se espera de uma megalópole de 8 mihões de habitantes, e há muita obra sendo feita na cidade, inclusive uma nova avenida para ligar o aeroporto ao centro.

  • Da famosa revista policial de Bogotá, escapamos por pouco, mas assistimos a turma da sala ao lado suar em bicas enquanto os meganhas abriam até costura de calçola! Trouxemos um saquinho de café que serviu de tortura, já que todo mundo avisava: vão lhe pegar, porque traficante usa café pra confundir o olfato dos cães. Cu no ponto! Escapamos. Nunca mais trago café pra senhor ninguem. Aliás, nunca mais trago porra nenhuma pra senhor ninguem!

  • A viagem de volta foi sem novidades. Saquinho de amendoim já referido, uma enorme saudade da Colombia.

foto de vera, em 03.11


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Estrelas e estrela.


Foto antiga; máquina de Maria mas alguem fez a foto para que ela aparecesse, em primeiro plano, é claro! Vamos fazer a brincadeira de quem era e quem é, agora.

Da direita para a esquerda:

Era Maria Sampaio, hoje, é uma estrela.

Seu Zezinho Veloso, aniversariante, hoje, mais uma estrela.

Atrás de seu Zezinho, Nilton Mainha; hoje, Nilton Voinha.

À direita de Maria, Bethania; hoje e sempre, Bethania.

Atrás de Bethania, Maria Candida Pato, namorada de meu irmão Leonardo, hoje, cardiologista.

Atrás de Candida, Dorinha, hoje, sumida.

No centro, de óculos, minha irmã Mena, a dona do sítio e responsável por todas esculhambações que lá se fez; hoje, aposentada de tudo, inclusive das esculhambações.

Atrás de Mena, Eduardo, meu irmão, assassinado em Valença; hoje, mais uma estrela.

à direita de Mena, de oncinha, Solange Putilda; hoje, uma estrela.

Atrás de Solange, Itinho pivete; hoje, Dr. Ito Meireles, cirurgião plástico.

À esquerda da foto, conversando com Solange, Beto, o maior biriteiro que já conheci; hoje, evangélico e, claro, abstêmio.

Atrás de Beto, com a latinha, Rodrigo; hoje, Digão, o primo Veloso.

Esta foto foi feita em 1979 e enviada para me matar de inveja por causa de minha paixão por Maria Bethania. Eu estava em Sumpaulo, fazendo pós-graduação. Bethania nunca mais deu uma colher daquela...
foto do arquivo de maria sampaio, enviada por juliana. 14.10.1979

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bonfim


Festa do interior que se preza é a do padroeiro. Em Nilo, Senhor do Bonfim. É quando se pinta a casa, compra roupa nova, batiza os pagãos, e os filhos e amigos ausentes se aprochegam. Missa festiva às 10 h, espichada, rezada pelo Bispo de Amargosa que depois vai almoçar na Casa Paroquial. As mulheres mandam pratos e mais pratos e todo ano eu como as sobras do Bispo na casa de Lilide, um macarrão ao forno, com camarão. Santo Bispo, volte ano que vem! À tarde, gosto de ver a procissão. Me amarro numa procissão. Antigamente eram duas filas, começando pelas crianças, depois as mulheres. Nos andores e na rabada, os homens. O padre no meio balançando aquele troço fumegante e as beatas nas laterais dando esporro nos meninos que começam a se cansar nos trezentos metros, e ainda tem toda a cidade pra percorrer. -"No céu, no céu, com minha mãe estarei"...Fim da parte religiosa.
Na rua, festa. Uma porcaria. Palco para bandas pífias e arrochantes. Prefeitos (os dois, temos dois, um de fato e outra de direito; juntando os dois, não dá meio), distribuem apertos de mãos e tapinhas nas costas. Decoração ridícula nas ruas, fogos que não enchem os olhos. Um particular salva o foguetório e manda uns fogos de lágrimas bonitos de se ver.
Acaba tudo e fica um gosto de já comi melhores. O que me salvou? o sobejo do Bispo!
foto de bernardo

sábado, 15 de janeiro de 2011

Iara, 3 anos

Neta é filha com açucar.
Esta criatura mudou a minha vida.
Três anos de paixão incondicional.
Tá lá, no Morro, escurecendo a pele, correndo na areia, aproveitando as férias. O avô, aqui, contando os dias para as férias acabarem ( ela que não me ouça!...)
foto de eduferraz

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Maicon, o barman

Encontrei Maicon ontem, no meio da rua:
-" Tô de negócio novo, um bar, maior sucesso, na estrada do Orobó; passe lá pra tomar uma comigo!".
Fui. Na hora, estava fechado para o almoço. Fiz a foto procês não pensarem que tô de sacanagem com o Maicon.
Agora estou atrás do porreta pra saber que desgraça ele quer dizer com os escritos na fachada:
BAR, RELÓGIO DA
MOÇA.
POR.VERM
??????!!!!
p.s. vou terminar trocando o nome deste blog para "delícias do interior!"
foto de bernardo, em 13.01.11

xeudizer:

anotações livres, leves, soltas