segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ohlinda


Fui ao Ricife dar uma rapidinha. Tão rapidinha foi minha ida, que nem senti se dei. Sei que deu pra sentir foi alívio em conhecer uma cidade agradável, com uma orla de matar a gente de in veja, de sentir vergonha da nossa. Fomos, eu, Vera e Nana, hóspedes de Cris e Bernardo, primo de Vera. Conheci a pequena familia de minha mulher ( pequena se comparada com a minha, a dos surucucus da Bahia). Vó Alice, de 90 e muitos anos, "gostei muito de te conhecer, vó". Ela: eu já lhe conhecia; há alguns anos atrás estive na Bahia e fui à sua casa. Memória ruim, hein?". Passado de vergonha. Sol, vento, praia da Boa Viagem. "Não entre: perigo de ataque de tubarão". Estranho aquela praiona e todo mundo na areia. Por isso gostam tanto de volei. Olinda é Ohlinda. Fui atrás de imagens de santos em arte popular e trouxe quatro; uma Aparecida pintada à migué, que é uma beleza. O curso de Ultrassonografia foi uma bostinha. Ainda bem porque não senti nenhum remorso em abandoná-lo no meio pra ir à Casa da Cultura. Foi mais negócio, mais santinhos pra coleção.


Não podia vir embora sem dar uma de Maria Sampaio; como ficamos na Rua Padre Carapuceiro, rebatizei a rua e ordenava aos taxeiros: "toca pra Rua Padre Caradebuceta!". Riam mas me deixavam no destino certinho. Adorei o Ricife.




eu e vera em ohlinda. foto de nana. 29/11/09

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Recife


Caros dez leitores:

Vou aproveitar mais um episódio de Prisão de Ventre Mental e dar uma paradinha. Vou viajar e volto. Coisa rápida. Afinal, Maria foi pra Itália, Jana pra Austrália, que mal pode haver numa chegadinha até o Ricife? Tipo pronta-resposta: vou sexta, volto domingo. Sábado dia todim numa Jornada de Atualização em Ultrassonografia; à noite, Ricife antigo, acredito. Domingo é dia pra (re)ver Olinda, e só.

Ao menos o assunto de segunda estará garantido.

Té a volta.
foto de heraldo cunha, 2004.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Taxi Pirata.


Meu pai tinha um enfisema pulmonar brabo, resultado de cinco carteiras de cigarro por dia, por mais de 50 anos. Quando reconstruiu a Casa Rôla no Morro de São Paulo, lugar que ele adorava, fretava um barco em Valença que o deixasse na praia, na porta de casa, aliviando sua caminhada sofrida. Sentava na varanda e dali só saía três meses depois, quando acabava o veraneio. Jamais podia ir a qualquer outro lugar no Morro, por motivos óbvios. E se queixava muito, coitado. Tinha até vontade, mas faltava gás. Quando um desavisado lhe perguntava por que não desembarcava na ponte como todo mundo, respondia com humor, que faltava uma coisa no Morro: táxi. Pagaria o que fosse pra circular pela ilha. Como nem se cogitava da presença de veículos por lá, sonhava com um jeguinho manso que lhe deixasse montar e os dois sairiam por lá, certamente com um cigarrinho no canto da boca.
Depois da morte de meu pai, tomei seu lugar. Fumei por 34 anos e herdei um pulmão fraquinho e mesmo depois de 9 anos sem um roliúde, continuo um inútil. Ando só de carro e quando me aventuro nas idas ao Morro ( não consigo me livrar daquele lugar, apesar de tudo ), são duas caminhadas: a chegada e a volta. Não há mais barcos que aceitem frete pra me deixar na praia. Resultado: quando vou, me instalo na varanda e de lá não saio nem que me arranquem. Andei me queixando de minha incapacidade e o sacana do meu genro Eduardo, o Pirata do Morro, me mandou uma foto com a solução pro meu problema, com o escrito:
-Pode vir, já temos táxi no Morro!


foto de eduardo ferraz, o pirata.

sábado, 7 de novembro de 2009

Eles estão por toda parte!






Não. Não se trata da reedição dos Invasores do Espaço, mas de coisa muito pior. Sou fã de frases de para-choques de caminhão e de banheiro público. Cheguei a anotar muitas pra contar aos amigos com aquela sensação de ser o primeiro a contar uma novidade. Há frases primorosas, de uma criatividade que só mesmo nascendo da grande sabedoria popular.
Daí minha grande decepção quando me apresentei para uma mijadinha no mictório do Terminal de Bom Despacho e de todas as paredes pendiam textos como os que se vê na foto acima: frases, versículos, a palavra de Deus que chega aos cagadores. Até ali não nos dão folga. Não bastavamos os folhetinhos distribuidos nas visitas hospitalares, nos pontos de onibus e topics, salas de espera de consultórios. Não. Eles tinham de invadir o ultimo reduto do livre pensar, a verdadeira Terra de Marlboro, o Clube do Bolinha, o nosso território de troca de pensamentos filosóficos e mesmo de nossas brincadeiras sem consequencias, mote pra conversa de mesa de bar. Eles tinham de chegar lá. Estão me forçando a deixar de usar o velho mic já que não dá pra mijar em banheiro público de olhos fechados. Eles sabem de nossos olhos bem abertos, por isso a invasão.
Meu dia só não foi pior porque bem na saída, de rabo de olho, deu pra ler no caixão da porta e numa tinta quase apagada de tão velha, uma pérola dos velhos tempos:

- Rosineide fode mal!


foto de bernardo em 05.11.09, bom despacho.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Menina da Ilha


Esse negócio de aniversário é sério! Eu sou dos que fico de mal se alguem esquecer o meu. Como a aniversariante do dia faz par de jarro comigo neste assunto, venho me programando há um mês pra não esquecer. Fiz bilhete, amarrei o dedo até quase apodrecer, agenda de papel, celular apitando, de um tudo um pouco.

A Menina da Ilha foi embora. Deixou de escrever. Enquanto aguardamos uma "recaída", ficamos relembrando seus textos deliciosamente cheios de humor.

Enquanto isso, deixamos aqui, esperando que ainda seja uma leitora eventual destas mal traçadas, um voto de feliz aniversário.

Menina da Ilha Maisa, nosso abraço.

P.S.: Vera quer marcar uma macarronada com os blogueiros. Traga Vinicius.
foto da menina da ilha feita por vera, nos vestígios da senhorita b.

xeudizer:

anotações livres, leves, soltas