quarta-feira, 7 de abril de 2010

Fabricio


Ainda faltam três dias pra gente contar um mês sem Fabricio, mas a Igreja católica faz umas contas esquisitas e determinou que é hoje. Paciência, dia 9, choro de novo a falta que meu amigo está me fazendo. Sua irmã Norbélia me ligou hoje avisando da missa de mês, na Igreja Nª Srª da Luz, às 17:30. Quem puder ir, vá. Eu não posso. Missa é missa, vai ser um motivo para as pessoas continuarem se vendo e se perguntando se a morte de Fabricio vai ficar assim. Todos que estavam na padaria viram o assassino chegar numa moto, tirar o capacete para que Fabricio tivesse a certeza de quem o estava matando, viram-no disparar por cinco vezes e sumir no ar, às três e meia da tarde, no centro da cidade de Valença. Desculpem, é inevitável a lembrança, mas meu irmão Eduardo foi assassinado na mesma cidade, às três e meia da tarde, dende casa, dormindo a sesta. O assassino também se evaporou.
Não tenho vocação pra militante de movimento nenhum, e não seguro bandeira contra porra nenhuma, muito menos por causa perdida, contra a violência, mas não me omito.Quero ver ao menos punidos os assassinos de meus irmãos.
Em tempo: pra quem conhecia a fé de Fabricio nos orixás, vale lembrar que logo mais, na Igreja na Pituba, Ogum vai estar de guarda na porta.
foto de fabricio, em jornal do baixo sul, sem crédito

4 comentários:

Edu O. disse...

Putz, tem coisas que me deixam sem ar e com vontade de gritar.

Janaina Amado disse...

Que revolta, que dor, Bernardo! Solidária com você, nestas desgraças da vida que fazem a gente balançar e se amargurar.

Gerana Damulakis disse...

Parece que foi ontem que vc contou a tragédia. O tempo passa e tudo que se relaciona ao fim parece que aconteceu faz pouco, ontem, horas atrás.
Sinto muito, B.

Anônimo disse...

Força doutor, força e fé.

xeudizer:

anotações livres, leves, soltas