
Fui com Maria. Anos não pisava na Reitoria ( a ultima vez foi para ocupá-la, em 75), revi figurinhas que a frequentavam naquela época. O reitor, mais careca e mais cabeludo que dantes, meu contemporâneo. Carlinhos Cor das Águas, colega de ginásio. Paulo Costa Lima, o maestro que abandonou nossa turma de medicina no primeiro ano, para migrar para a música. Abertura/saudação com os irmãos Robato, em peças de flauta e clarineta. Zé Miguel. Quem conhece, sabe do que estou falando, quem não o conhece, corra na próxima oportunidade. Bem que podiamos ter articulado um encontro dos blogueiros naquele lugar. Falamos disto, eu e Maria, depois foi só tietagem.
A ultima vez que estive com Miguel, foi no Teatro Vila Velha para ouvi-lo sobre O Olhar: o Sentido da Paixão. Agora foi uma aula show. Show de bola. Miguel é o máximo. Bonito, simpaticíssimo, sedutor, capaz de falar horas sem cansar ninguem. Ninguem ousa interrompê-lo, nem mesmo uma chata que resolveu aparecer com uma criança de um ano. Tom Zé, Gregório de Matos, Caetano, Jorge Mautner, Caymmi, Viníciua & Tom. Pixinguinha tambem compareceu. Fiquei em estado de graça. Imaginem Maria quando, ao apresentar Coqueiros de Itapuã ele disse com aquela dicção perfeita e arrastada, em todas as letras. -"Esta música é dedicada à Maria Sampaio". O rabo-de-cavalo do Reitor quase cai. Todas as mulheres se voltaram para ela que, aos prantos, jogava beijos para um emocionado Miguel.
Depois da aula fomos vê-lo. Disse que estava feliz com a presença da gente. Eu fiquei abestado. Maria ainda roubou um pãozinho e com a desculpa de cuspir a miséra, rodou a cochia da Reitoria de tesourinha na mão catando um rabo-de-cavalo ridículo pra podar no pé.
foto de zémiguelwisnick do blogue brasilpensarte.blogspot.com, sem referencia do autor.