Festa do interior que se preza é a do padroeiro. Em Nilo, Senhor do Bonfim. É quando se pinta a casa, compra roupa nova, batiza os pagãos, e os filhos e amigos ausentes se aprochegam. Missa festiva às 10 h, espichada, rezada pelo Bispo de Amargosa que depois vai almoçar na Casa Paroquial. As mulheres mandam pratos e mais pratos e todo ano eu como as sobras do Bispo na casa de Lilide, um macarrão ao forno, com camarão. Santo Bispo, volte ano que vem! À tarde, gosto de ver a procissão. Me amarro numa procissão. Antigamente eram duas filas, começando pelas crianças, depois as mulheres. Nos andores e na rabada, os homens. O padre no meio balançando aquele troço fumegante e as beatas nas laterais dando esporro nos meninos que começam a se cansar nos trezentos metros, e ainda tem toda a cidade pra percorrer. -"No céu, no céu, com minha mãe estarei"...Fim da parte religiosa.
Na rua, festa. Uma porcaria. Palco para bandas pífias e arrochantes. Prefeitos (os dois, temos dois, um de fato e outra de direito; juntando os dois, não dá meio), distribuem apertos de mãos e tapinhas nas costas. Decoração ridícula nas ruas, fogos que não enchem os olhos. Um particular salva o foguetório e manda uns fogos de lágrimas bonitos de se ver.
Acaba tudo e fica um gosto de já comi melhores. O que me salvou? o sobejo do Bispo!
foto de bernardo