"Estarei, amigos, na LDM. Escondida na estante onde tem escrito com letras vermelhas: Poesia. Minha roupa é de um azul bem tênue, quase que não se enxerga durante o dia. Meus sapatos vêm estragados pela escapadela de uma nuvem, nessa manhã de chuva, só para conhecer vocês de longe. Me esconderei entre os livros de Hilda Hilst, e os de Clarice, e os de Cecília. Ou então estarei na guarda-volumes, no meio dos objetos que ali não têm moradia: sacolas, sombrinhas, e livros de outros livrarias.
Postado por aeronauta às 05:07 12 comentários
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Domingo, 12 de Outubro de 2008
Menino, qual nuvem encontro para me esconder? Olhe, Bernardo, entregue o livro ao vendedor Edilson, tá? E, por favor, lhe peço: não faça perguntinhas a ele.Obrigada. Estou louca pra ler seu livro.(Não se esqueça da dedicatória.)
13 de Outubro de 2008 19:07"
13 de Outubro de 2008 19:07"
E lá fui eu, com o coração aos saltos, levar a encomenda à nossa heroina misteriosa. LDM localizada, direto ao guarda-volumes tentando localizá-la, e ali vi o primeiro sinal de sua presença: gotinhas de chuva no balcão. Corri os olhos pra dentro da livraria.
-Sr.Edilson, por favor?
-É aquele conversando com aquela moça.
Era ela de novo, procurando um livro de poesia, escutei-a dizer Clarice...Hilda... e se afastou. Me apresentei:
-vim trazer uma encomenda que ficou de lhe ser entregue. E Edilson:
-então você é Bernardo, e a encomenda, um livro, é para dona...
Quase lhe tapei a boca! Não estrague tudo!
...-é a Aeronauta, disse, cúmplice!
Suspirei aliviado. Disse-lhe que queria escrever a dedicatória e ele, já com um sorriso suspeito, gentilmente me levou lá atrás, na sala de leituras. Escolhi a mesa, sentei e nem sei o que escrevi. Quando me levantei, na mesa em frente, ela de novo. Levantou os olhos do livro ( Cecília?) , me olhou suavemente e os cabelos muito longos foram ajeitados com um gesto. Quase percebi o mesmo sorriso do outro. Cumprimentei a Aeronauta e saí, quase correndo. Quando saí, Edilson estava de pé, na porta, encomenda nas mãos, aquele sorriso no rosto, e a cabeça balançava levemente. Ainda tive tempo de olhar para o alto e ver uma ponta de nuvem que sumia por trás do prédio...
foto de bernardo, da LDM-piedade
11 comentários:
Bernardo, seu texto tá ótimo, ri um bocado. Pelamordedeus, descreve ela mais um pouquinho! Alta? Idade? Cor do cabelo? A nuvem era azul ou rosa? Etc. etc
ê nuvem nuverosa...
Beleza de texto. Quase um delírio. Me ocorreu a questão: e se a Aeronauta, a pessoa, não existir? Se for apenas um mito? Se estivermos todos sendo alvos de um novo fenômeno de miragem cibernética????
E se Aeronauta for o Sr. Edilson?
Em Morte Abjeta certamente sim...
Primo,
Você recebeu meu e-mail?
Abraços,
Renata
A Aeronauta existe sim.
Bernardo, que bonito!
Janaina:
Aeronauta tem uma jovialidade que a torna de idade imdefinida. Sua altura? depende do ponto de vista de quem a observa. Lá dentro da livraria, seus cabelos me pareceram escuros; o que diria se os visse sob o sol? Posso garantir que sua presença é forte, os pés pequenos e ligeiros. A nuvem? me escapou muito rápido...nuverosa como diz Maria.
Nilson:ah, ela existe,sim. eu a vi!
Judith: vc é mais louca do que eu pensava.Que uma nuvem a leve.
Renata: prima do Bel Monte:recebi e estou encaminhando a encomenda; aguarde.
Estranhamentos:tb acho e obrigado.
"que mistério tem Clarice?
que mistério tem Clarice?
pra guardasse assim tao firme..."
Lindo texto, parabéns. Bjsss
Estou tão longe, Bernardo, e só agora pude abrir uma máquina terrestre... Vi esse texto, coisa mais linda do mundo... Chorei igual a uma criança. Puxa, você me conhece, Bernardo!!! Beijos, saudades.
Não vejo a hora de voltar pra Salvador e ir pegar seu/meu livro na LDM...
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