Me chamo Bernardo Roseiral Pitangueiras e com meus irmãos Danilo e Leonardo,- foto ao lado* - somos chamados de "os paulistas", pelo ramo baiano da família Roseiral. Não costumo usar o nome "quatrocentão" do meio. Nascemos e moramos em São Paulo, para onde nosso pai Fortunato veio se especializar em cardiologia, casou com Dulce Helena, e por aqui ficou. Assistindo ao programa Sem Censura de Leda Nagle, tomei conhecimento do livro que a escritora Maria Guimarães Sampaio havia escrito sobre nossa tia-avó Rosália Roseiral. Programei e fui, com muito sacrifício dos afazeres de médico que tambem sou, ao lançamento na Bahia. Do Aeroporto 2 de julho, direto à Saraiva. Fila pra comprar dois exemplares, fila de autógrafos. Muita conversa depois, pude conhecer algumas pessoas citadas no livro( saberia adiante; Dr Luciano Freitas, por exemplo, quase não reconheci de tão velhinho que está). De longe observava Maria, a quem não conhecia, e me pareceu uma senhora muito distinta e formal. Uma lady, com seus óculos muito originais. A pose só se desfez repentinamente, com um grito, ao reconhecer na fila um senhor, uns dez lugares à minha frente, que fiquei sabendo se tratar do meu xará, Bernardo Guimarães, primo da escritora. Na minha vez, ao ler meu nome no papel que se coloca ao autor, Maria Sampaio teve a atitude simpática de levantar-se, me oferecer um abraço e muito agradecer pala presença de um representante da família da personagem de seu livro. A curiosidade me levou direto à leitura. Escrevo agora, no exato momento em que a termino. Pensei se tratar da biografia de minha tia. Tive a grata surpresa de encontrar mais que isso. Trata-se de um belíssimo livro sobre a história da Bahia, dando-nos de lambuja como aqui se diz, a história da MPB! Com uma linguagem simples, direta, curta, coloquial, fiel até às expressões tão próprias de Rosália Roseiral, em alguns momentos tive a sensação de ser uma auto-biografia, não fosse a escritora uma péssima cantora confessa! Maria nos oferece o que de melhor há em um romance: amor, mistério ( só assim fiquei sabendo como nosso bisavô morreu), traições, humor e para nós, a lembrança de pessoas tão queridas: o leal e competente Edgar, Dra. Tereza Libório ( ainda vive?), tia Nanan, Juliana e até Liu e Carmilton do Morro de São Paulo. A Maria Sampaio, nada escapa. Nem mesmo a lembrança de que, mesmo criança, e por forte influência de minha avó Mucinha, sempre detestei o apelido ridículo: Beca é a puta que pariu! Como diria Maria Guimarães Sampaio. Recomendo.
* Foto dos irmãos feita por Dr. Mirabeau, na Avenida Stella.
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4 comentários:
BÁRBARO ! BÁRBARO!
AMEI!
Aos prantos, não sei se me dirija a Bernardo Roseiral ou ao xará Guimarães que ambos, eu sei, leem este pedacinho do céu.
Estou muito sem palavras porque com as vistas embaçadas.
Beijos Maria
Beca, ops, Bernardo (é o hábito), dei muita risada. Bjs
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